Arame liso é uma expressão
tipicamente brasileira para explicar algo ou alguém que cerca muito, mas não
consegue agredir, não pinica, não avança, não progride. Cerca, mas e daí?
Depois disso, faz o quê? Sem encontrar resposta rápida, a batata de Enderson
Moreira começa assar.
Neste
início de ano, o Bahia tem sido um time arame liso. Controla a bola, possui um
certo domínio do jogo mas não passa disso. E o futebol tem sido cruel com esse
domínio estéril do tricolor: até aqui, o time está fora da zona de
classificação da Copa do Nordeste e eliminado da Sul-Americana após dois jogos
que resumiram bastante o quão pouco criativo é o time de Enderson Moreira até
aqui. O cenário é bem diferente do imaginado.
Enxergo
alguns pontos dentro de campo para essa certa inoperância do tricolor. Na
direita, Nino não atravessa boa fase e pouco oferece de apoio para Artur, que
joga aberto na ponta direita e em diversas ocasiões fica sem apoio. Resta
tentar puxar pra dentro em jogadas individuais ou cruzar a bola de qualquer
jeito.
Na
esquerda, é Moisés que fica sem um bom suporte na parte ofensiva. Rogerio,
Élber e Shaylon já foram testados por ali, mas, nenhum dos três agradou.
Enderson Moreira, Técnico do E.C.Bahia. |
Esses
probleminhas têm dado dor de cabeça para Enderson Moreira, que já tem seu
trabalho questionado pela torcida. Algumas mudanças desagradam o torcedor e
declarações como a de que só no exterior que se compreende as dificuldades do
calendário brasileiro jogam a imprensa contra o treinador. E a panela vai
pegando pressão.
A
sequência de jogos fora de casa também pode ser prejudicial para o Bahia, que
nos últimos anos se mostrou um time muito caseiro.
Enquanto
essa falta de encaixe persistir, o Bahia vai continuar batendo cabeça e
frustrando o sonho de um primeiro semestre inesquecível da torcida.
Não
acho que seja o momento para pedir cabeça de treinador, apesar dos vacilos que
Enderson vem dando até aqui. O Bahia tem um projeto e mudar o comando técnico
não vai ajudar em muita coisa. Mas Enderson e seus comandados precisam reagir e
dar um sinal dentro de campo. Tanto em resultado quanto em desempenho.
Fonte: Vinicius Nascimento