“Futebol é apenas um jogo", "são apenas
22 jogadores correndo atrás da bola", "é um esporte supervalorizado".
Esses são alguns exemplos de frases bastante corriqueiras.
Pode até se dizer que os jogadores, sobretudo os
profissionais, recebem muito dinheiro, que é uma desproporção os valores pagos
por jogadores de futebol em transações milionárias, que outras profissões
deveriam ser mais valorizadas que os jogadores de futebol e muito mais. Isso
tem um fundo de verdade, mas jamais ouse dizer que futebol é apenas um jogo,
são muitas histórias que extrapolam os limites da disputa.
Mas
o futebol não é apaixonante apenas pelo que acontece dentro das quatro linhas com bola rolando. Existem
muitas histórias que provam que essa estória de ser apenas um jogo está errada.
Vejamos:
Sábado,
23 de março de 2019, estádio Evandro Mota Araújo, na cidade de Valente-Bahia,
América e Bahia disputavam partida valida pelo Campeonato Valentense de Futebol
Amador. Mas, o que ficou marcado na mente das mais de 800 (oitocentas) pessoas
presentes, não foi simplesmente o jogo, as jogadas bonitas... e sim uma cena
protagonizada pelos atletas Nicolas de Araújo Oliveira e Irones Vagner Santos Cerqueira.
Nicolas, 24
anos, ala esquerdo do Bahia Valente Clube, com passagens em divisões da base de
clubes baianos, disputou o ultimo Intermunicipal pela Seleção de São Domingos.
Irones, 19
anos, meio campista do América Futebol Clube, com passagens em divisões de base
de clubes baianos e paulistas, disputou o ultimo Intermunicipal pela Seleção de
Valente.
A
partida transcorria normalmente e em lance casual de disputa de bola, a
chuteira do pé direito do meia do América saiu do seu pé direito, algo fácil de
resolver, inclusive com bola rolando, se não tivesse ele um problema congênito,
falta-lhe a mão direita. Irones tentava amarrar o cadarço, mas, não conseguia.
Nicolas aproximou-se para cobrar o arremesso lateral e percebendo a dificuldade
do “adversário”, ao invés de aproveitar-se e cobrar o lateral rápido para sua
equipe ficar com um homem a mais em campo, largou a bola ao chão, se dirigiu na
direção do SER HUMANO Irones, em
gesto de HUMILDADE, de HUMANIDADE, esqueceu o jogo, AJOELHOU-SE e amarrou o cadarço da
chuteira... dando, sem duvida, uma grande lição em todos os presentes,
inclusive neste que escreve estas linhas.
Cenas
como esta, sem transmissão de televisão, numa partida de futebol amador, em
cidade de interior, nos dá a esperança de que o ser humano pode sim seguir as
ordenanças de Deus, bastando, apenas, usar o Amor ao próximo. Deixa-nos a
certeza que o Futebol, pode ser Lazer, Diversão, Afetividade, Alegria... e não
somente, como cada vez mais nos dias atuais, visto apenas como um “esporte” midiático,
que conduz pessoas a consumir os produtos esportivos, que serve apenas, para alguns,
encher os bolsos de dinheiro e transformar, por vezes, estádios de futebol em
campo de guerra. Aproveitemos a popularidade do futebol no Brasil, que
movimenta multidões em varias regiões, para que seja um indicador para
expectativa de pessoas além da sua identidade com o esporte, almejando
entreter-se e se divertir, usando o futebol como via desse objetivo... que
sejamos menos capitalistas e mais HUMANOS.
SIM, PODE SER MAIS QUE UM JOGO DE FUTEBOL.