sábado, 8 de junho de 2019

América e Flamengo, quando o futebol não é apenas um jogo

CARD: Ascom PMV

Nunca vi o futebol apenas como um jogo. Até mesmo por experiência própria. Afinal, por tudo que já presenciei e até sofri com esse esporte ele não pode ser apenas um jogo onde um time quer vencer o outro marcando mais gols. Se fosse tão simples assim, tão banal, como explicar a paixão de milhões e milhões de torcedores espalhados pelo mundo por um grupo de jogadores correndo com a mesma camiseta, pela qual você é capaz de gastar, muitas vezes, o dinheiro que não tem para comprá-la? Simplesmente porque o futebol extrapola todas as barreiras meramente esportivas.

E essa ligação com o futebol transcende em diversos casos o relacionamento afetivo pela coletividade esportiva. Ou seja, não se restringe ao fato de você ter escolhido um time para torcer por motivos geográficos ou familiares.

O futebol, através de uma equipe, pode representar uma pátria sem terra; mostrar ao mundo o sofrimento de um povo; explicar com outros olhos uma guerra; traduzir a indignação de uma torcida; exemplificar paixões; traduzir geopolíticas; trazer a economia mundial para uma roda de bar; ou simplesmente contar uma história curiosa.

Tudo isso é possível através dessa invenção espetacular chamada futebol, o esporte mais popular do planeta.

O mundo do futebol não é feito apenas de Liga dos Campeões, Campeonatos Nacionais, Estaduais... salários milionários e histórias cheias de glamour e fama. Ele é, acima de tudo, composto por histórias de superação, curiosidades e fatos históricos que mostram como o jogo, muitas vezes, é apenas um detalhe. Em diversos casos, e em determinados momentos, o detalhe mais importante da vida, em longínquas cidades desse mundão de Deus.

Muitas pessoas gostam apenas de assistir partidas espetaculares, com um nível de jogo altíssimo. Valorizam demais os principais times e torneios. Assim, menosprezam competições menores ou de ‘amadores’ que não têm tradição no grande cenário ou mesmo público. Deixam de conhecer histórias sensacionais.

Histórias como a de América - do Distrito de Valilândia - e Flamengo - da Comunidade de Queimada do Curral -. Clubes de futebol de localidades - quase – gêmeas, que antes do futebol - ou da sua “rivalidade” - tem nas suas raízes um povo GUERREIRO, do polígono da seca, que, homens, mulheres e crianças, vivenciam e buscam - com fibra – no dia a dia, driblar as dificuldades impostas pelo tempo. Localidades que carregam nas suas raízes - como qualquer uma outra - seus “CAUSOS”, sejam políticos, familiares e futebolísticos. Mas, temos um papel importante, o de não passar de geração em geração fatos “negativos” que por ventura façam parte da historia destas comunas e sim - o que é mais justo - positividades destas famílias, deste povo, de Valilândia e Queimada do Curral e suas grandes parcelas de contribuição no desenvolvimento de Valente, em seus diversos segmentos, sobretudo no futebol.

De fato é a final mais esperada do futebol Valentense, por tudo já dito aqui em poucas e objetivas ‘linhas’. Sem duvida o “CLÁSSICO DAS MULTIDÕES”... um derby uno na história de Valente. De um lado o América, com 02 (dois) títulos, do outro um Flamengo buscando seu 1º titulo. Jogadores qualificados em ambas as equipes... uma atmosfera com sinônimo de GRANDE partida de futebol.

Que possamos nos ater ao que as equipes poderão proporcionar dentro do campo, da festa que as torcidas farão nas arquibancadas... que sejamos mensageiros - verdadeiramente - da PAZ. Qualquer outra questão faz parte da história e o presente nos dá a oportunidade, não de poder voltar atrás e fazer um novo começo, mas, de recomeçar e fazermos um novo fim.