CARD: Ascom PMV |
Nunca vi o futebol apenas como
um jogo. Até mesmo por experiência própria. Afinal, por tudo que já presenciei
e até sofri com esse esporte ele não pode ser apenas um jogo onde um time quer
vencer o outro marcando mais gols. Se fosse tão simples assim, tão banal, como
explicar a paixão de milhões e milhões de torcedores espalhados pelo mundo por
um grupo de jogadores correndo com a mesma camiseta, pela qual você é capaz de
gastar, muitas vezes, o dinheiro que não tem para comprá-la? Simplesmente
porque o futebol extrapola todas as barreiras meramente esportivas.
E essa ligação com o futebol
transcende em diversos casos o relacionamento afetivo pela coletividade
esportiva. Ou seja, não se restringe ao fato de você ter escolhido um time para
torcer por motivos geográficos ou familiares.
O futebol, através de uma equipe,
pode representar uma pátria sem terra; mostrar ao mundo o sofrimento de um
povo; explicar com outros olhos uma guerra; traduzir a indignação de uma
torcida; exemplificar paixões; traduzir geopolíticas; trazer a economia mundial
para uma roda de bar; ou simplesmente contar uma história curiosa.
Tudo isso é possível através
dessa invenção espetacular chamada futebol, o esporte mais popular do planeta.
O mundo do futebol não é feito
apenas de Liga dos Campeões, Campeonatos Nacionais, Estaduais... salários
milionários e histórias cheias de glamour e fama. Ele é, acima de tudo,
composto por histórias de superação, curiosidades e fatos históricos que
mostram como o jogo, muitas vezes, é apenas um detalhe. Em diversos casos, e em
determinados momentos, o detalhe mais importante da vida, em longínquas cidades
desse mundão de Deus.
Muitas pessoas gostam apenas de
assistir partidas espetaculares, com um nível de jogo altíssimo. Valorizam
demais os principais times e torneios. Assim, menosprezam competições menores
ou de ‘amadores’ que não têm tradição no grande cenário ou mesmo público.
Deixam de conhecer histórias sensacionais.
Histórias como a de América - do
Distrito de Valilândia - e Flamengo - da Comunidade de Queimada do Curral -.
Clubes de futebol de localidades - quase – gêmeas, que antes do futebol - ou da
sua “rivalidade” - tem nas suas raízes um povo GUERREIRO, do polígono da seca,
que, homens, mulheres e crianças, vivenciam e buscam - com fibra – no dia a
dia, driblar as dificuldades impostas pelo tempo. Localidades que carregam nas
suas raízes - como qualquer uma outra - seus “CAUSOS”, sejam políticos,
familiares e futebolísticos. Mas, temos um papel importante, o de não passar de
geração em geração fatos “negativos” que por ventura façam parte da historia
destas comunas e sim - o que é mais justo - positividades destas famílias,
deste povo, de Valilândia e Queimada do Curral e suas grandes parcelas de
contribuição no desenvolvimento de Valente, em seus diversos segmentos,
sobretudo no futebol.
De fato é a final mais esperada
do futebol Valentense, por tudo já dito aqui em poucas e objetivas ‘linhas’.
Sem duvida o “CLÁSSICO DAS MULTIDÕES”... um derby uno na história de Valente.
De um lado o América, com 02 (dois) títulos, do outro um Flamengo buscando seu
1º titulo. Jogadores qualificados em ambas as equipes... uma atmosfera com sinônimo
de GRANDE partida de futebol.
Que possamos nos ater ao que as
equipes poderão proporcionar dentro do campo, da festa que as torcidas farão
nas arquibancadas... que sejamos mensageiros - verdadeiramente - da PAZ.
Qualquer outra questão faz parte da história e o presente nos dá a
oportunidade, não de poder voltar atrás e fazer um novo começo, mas, de
recomeçar e fazermos um novo fim.