A LFP - Liga de Futebol
Profissional da França - anunciou na última quinta-feira (30/04), o
encerramento antecipado da temporada do futebol francês.
A Liga Francesa, após votação entre
os membros da entidade, tomou a decisão de encerrar antecipadamente a temporada
do futebol por conta da pandemia do Covid-19. Com isso, o PSG foi declarado
campeão - na primeira divisão - e na segunda divisão, o Racing Club de Lens, do
Valentense Vitor Costa, foi declarado vice-campeão e assim garantindo vaga na
primeira divisão francesa para a temporada 2020/2021.
Em entrevista exclusiva concedida
ao Portal Avante Valente, o atleta Vitor Costa - 25 anos, 74 kg, 1,82 de altura
-, muito solicito, falou sobre suas origens e histórico como atleta.
Confira!
AV- Vitor, agradecemos a atenção
e a oportunidade de nos conceder esta entrevista. Qual a origem de Vitor Costa
de Brito?
Vitor: Eu que
agradeço a oportunidade. Venho de família humilde, de um povoado, conhecido como
“Povoado do Junco”, no município de Valente-Bahia, onde pessoas simples e
batalhadoras convivem lá. Quando pequeno ajudava meus pais na roça, e sempre
tive eles como minha inspiração e exemplo, para me tornar a pessoa que sou hoje,
Graças a Deus!
AV- No município de Valente - e região
-, todos o conhecem como “Vitera”. Curiosidade, como surgiu o apelido?
Vitor: No tempo
de escola, sempre jogava futsal com os meus colegas, em determinado momento eles
começaram a me chamar - por este apelido - de “Vitera”, e, assim, permanece até
hoje (risos).
AV- Hoje, Graças a Deus, você
está bem. Atuando na Europa..., mas, o início de tudo foi bem difícil né?
Vitor: Sim, hoje
estou bem, Graças a Deus. Mas, o início é sempre difícil. Um jovem de família humilde,
muitas vezes sem condições - até mesmo - de comprar minha própria chuteira...
contava com o apoio incondicional de meus pais, alguns familiares e amigos.
Assim, com esse apoio, participei de algumas “peneiras” ..., até quando Deus me
oportunizou a chegar na divisão de base de um clube profissional.
AV- O Vitor Costa surgiu para o
futebol profissional quando? Conta um pouco do início até aqui.
Vitor: No ano de
2011, com 16 anos, participei do grupo da Seleção Valentense que disputou o Campeonato
Intermunicipal de futebol - competição amadora promovida anualmente pela Federação
Bahiana de Futebol. Mas, foi no ano de 2012, então com 16 para 17 anos, que tudo apareceu para mim. Disputei o Campeonato Valentense - Campeonato Municipal Amador da cidade de Valente (BA) - jogando pelo Arsenal
do Junco, clube da minha Comunidade, onde fiz um grande campeonato. E assim, logo
em seguida, surgiu o convite e fui disputar o Campeonato Intermunicipal -
Valente não participou desta edição da competição - pela Seleção de Araci (BA).
Graças a Deus, me destaquei, conseguindo realizar boa competição, o que me propiciou
ser escolhido por “olheiros” do E. C. Bahia para fazer um período de testes. Após
algumas semanas, fui aprovado. Pouco tempo depois, no mesmo ano, assinei meu
primeiro contrato profissional.
No futebol de base, atuei durante 3 anos. No
ano de 2015 surgiu a oportunidade de atuar pela equipe principal do Bahia. Consegui fazer boa sequência de jogos no Brasileirão da Série B, me destacando, inclusive
fazendo gols importantes e logo começaram a surgir algumas propostas de outros
clubes. Acabei saindo do Bahia em busca de novos desafios e melhoras. Tive
passagem pelo Avaí (SC) e logo na sequência me transferi para o Arouca de
Portugal. Permaneci no Arouca por duas temporadas - 2016/2017 e 2017/2018 -,
atuando em 55 jogos. Na temporada seguinte - 2018/2019 -, fui contratado pelo Clube
Desportivo de Aves - Portugal -, atuando em 31 jogos. Deus sempre me proporcionou
a capacidade para atuar bem e depois de 3 anos atuando por clubes da primeira
divisão Portuguesa, segui aqui para a França, contratado pelo Racing Club de Lens.
E agora Graças a Deus, fomos promovidos para a 1ª divisão na temporada 2020/2021.
AV- Muita diferença do futebol
português para o francês?
Vitor: Sim, porque
cada país tem suas estratégias de jogo diferentes. A cultura também, o clima... são um pouco diferentes do nosso, então de início a adaptação foi um pouco
complicada, mas, ao passar dos meses, foi melhorando. Em Portugal, como tem
muitos jogadores brasileiros, o futebol fica semelhante ao do brasil. Já aqui
na França é um campeonato muito disputado, forte fisicamente, e as equipes
priorizam muito a parte tática.
AV- E a adaptação, não só a parte
profissional, mas, também a pessoal... como foi ? Já fala o idioma fluente?
Vitor: Adaptação
foi um pouco difícil, como já citei, mas, como sempre, desde o início de tudo,
Deus me capacitou a está disposto, e assim a aprender a cada dia. Assim que
cheguei o clube disponibilizou um tradutor de francês, onde estou tendo aulas
semanais em casa. E hoje já consigo me comunicar, com certa fluência, dentro do
meu trabalho com os meus companheiros e socialmente.
AV- E nesse momento da pandemia,
como foram os dias, os treinos?
Vitor: Assim que
começou a pandemia, aqui na França parou todos os treinos e jogos. Ficamos em
casa treinando mantendo a forma física. Os dias não foram, e ainda, não estão
sendo fáceis, pois ainda continuamos em casa. Como tínhamos uma rotina de
treinos e jogos, acaba ficando um pouco difícil, mas, o que conforta é que estou
em casa com minha família - esposa Juliana e filha Valentina -, que me alicerça
e ajuda a cada dia manter o foco nos treinos durante esta quarentena.
AV- Essa foi a sua primeira temporada no
Lens e o clube já retorna a elite do futebol francês. Quais as expectativas
para a próxima temporada?
Vitor: Sim, Graças
a Deus, com muito trabalho conseguimos o acesso a 1ª divisão do Campeonato
Francês. Em relação a próxima temporada, após passar esse período da pandemia, o
meu empresário estará em conversação com o clube.
AV- Vitor, obrigado pela
entrevista. Para nós do Avante Valente, é uma grande honra esta oportunidade
que nos concedeu. Forte abraço para você e família. Fique à vontade para fazer
suas considerações finais.
Vitor: Eu quero
agradecer esta oportunidade, ao Avante Valente pelo espaço e sobretudo a você
Aleksim, de podermos fazer essa entrevista, falando um pouco da minha
trajetória.
Quero aproveitar este momento e o grande alcance deste portal, para mandar um grande abraço a todos os Valentenses, meus familiares e
principalmente para aqueles que torceram e torcem por mim.
E espero em Deus, que a minha
trajetória de vida e sobretudo no futebol, inspirem muitos jovens que sonham em ser jogadores de futebol profissional. Que nunca desistam de seus sonhos e coloquem Deus à
frente de tudo.
Obrigado a todos, grande abraço!
O Avante Valente deseja que
o Valentense Vitor Costa - “Vitera” - continue brilhando, agora na primeira
divisão do futebol da francês.