sábado, 2 de maio de 2020

Entrevista exclusiva com Vitor Costa, atleta do Lens da França

A LFP - Liga de Futebol Profissional da França - anunciou na última quinta-feira (30/04), o encerramento antecipado da temporada do futebol francês.  



A Liga Francesa, após votação entre os membros da entidade, tomou a decisão de encerrar antecipadamente a temporada do futebol por conta da pandemia do Covid-19. Com isso, o PSG foi declarado campeão - na primeira divisão - e na segunda divisão, o Racing Club de Lens, do Valentense Vitor Costa, foi declarado vice-campeão e assim garantindo vaga na primeira divisão francesa para a temporada 2020/2021.

Em entrevista exclusiva concedida ao Portal Avante Valente, o atleta Vitor Costa - 25 anos, 74 kg, 1,82 de altura -, muito solicito, falou sobre suas origens e histórico como atleta.

Confira!

AV- Vitor, agradecemos a atenção e a oportunidade de nos conceder esta entrevista. Qual a origem de Vitor Costa de Brito?

Vitor: Eu que agradeço a oportunidade. Venho de família humilde, de um povoado, conhecido como “Povoado do Junco”, no município de Valente-Bahia, onde pessoas simples e batalhadoras convivem lá. Quando pequeno ajudava meus pais na roça, e sempre tive eles como minha inspiração e exemplo, para me tornar a pessoa que sou hoje, Graças a Deus!

AV- No município de Valente - e região -, todos o conhecem como “Vitera”. Curiosidade, como surgiu o apelido?

Vitor: No tempo de escola, sempre jogava futsal com os meus colegas, em determinado momento eles começaram a me chamar - por este apelido - de “Vitera”, e, assim, permanece até hoje (risos).

AV- Hoje, Graças a Deus, você está bem. Atuando na Europa..., mas, o início de tudo foi bem difícil né?

Vitor: Sim, hoje estou bem, Graças a Deus. Mas, o início é sempre difícil. Um jovem de família humilde, muitas vezes sem condições - até mesmo - de comprar minha própria chuteira... contava com o apoio incondicional de meus pais, alguns familiares e amigos. Assim, com esse apoio, participei de algumas “peneiras” ..., até quando Deus me oportunizou a chegar na divisão de base de um clube profissional.



AV- O Vitor Costa surgiu para o futebol profissional quando? Conta um pouco do início até aqui.

Vitor: No ano de 2011, com 16 anos, participei do grupo da Seleção Valentense que disputou o Campeonato Intermunicipal de futebol - competição amadora promovida anualmente pela Federação Bahiana de Futebol. Mas, foi no ano de 2012, então com 16 para 17 anos, que tudo apareceu para mim. Disputei o Campeonato Valentense - Campeonato Municipal Amador da cidade de Valente (BA) - jogando pelo Arsenal do Junco, clube da minha Comunidade, onde fiz um grande campeonato. E assim, logo em seguida, surgiu o convite e fui disputar o Campeonato Intermunicipal - Valente não participou desta edição da competição - pela Seleção de Araci (BA). Graças a Deus, me destaquei, conseguindo realizar boa competição, o que me propiciou ser escolhido por “olheiros” do E. C. Bahia para fazer um período de testes. Após algumas semanas, fui aprovado. Pouco tempo depois, no mesmo ano, assinei meu primeiro contrato profissional.

No futebol de base, atuei durante 3 anos. No ano de 2015 surgiu a oportunidade de atuar pela equipe principal do Bahia. Consegui fazer boa sequência de jogos no Brasileirão da Série B, me destacando, inclusive fazendo gols importantes e logo começaram a surgir algumas propostas de outros clubes. Acabei saindo do Bahia em busca de novos desafios e melhoras. Tive passagem pelo Avaí (SC) e logo na sequência me transferi para o Arouca de Portugal. Permaneci no Arouca por duas temporadas - 2016/2017 e 2017/2018 -, atuando em 55 jogos. Na temporada seguinte - 2018/2019 -, fui contratado pelo Clube Desportivo de Aves - Portugal -, atuando em 31 jogos. Deus sempre me proporcionou a capacidade para atuar bem e depois de 3 anos atuando por clubes da primeira divisão Portuguesa, segui aqui para a França, contratado pelo Racing Club de Lens. E agora Graças a Deus, fomos promovidos para a 1ª divisão na temporada 2020/2021.

AV- Muita diferença do futebol português para o francês?

Vitor: Sim, porque cada país tem suas estratégias de jogo diferentes. A cultura também, o clima... são um pouco diferentes do nosso, então de início a adaptação foi um pouco complicada, mas, ao passar dos meses, foi melhorando. Em Portugal, como tem muitos jogadores brasileiros, o futebol fica semelhante ao do brasil. Já aqui na França é um campeonato muito disputado, forte fisicamente, e as equipes priorizam muito a parte tática.

AV- E a adaptação, não só a parte profissional, mas, também a pessoal... como foi ? Já fala o idioma fluente?

Vitor: Adaptação foi um pouco difícil, como já citei, mas, como sempre, desde o início de tudo, Deus me capacitou a está disposto, e assim a aprender a cada dia. Assim que cheguei o clube disponibilizou um tradutor de francês, onde estou tendo aulas semanais em casa. E hoje já consigo me comunicar, com certa fluência, dentro do meu trabalho com os meus companheiros e socialmente.


AV- E nesse momento da pandemia, como foram os dias, os treinos?

Vitor: Assim que começou a pandemia, aqui na França parou todos os treinos e jogos. Ficamos em casa treinando mantendo a forma física. Os dias não foram, e ainda, não estão sendo fáceis, pois ainda continuamos em casa. Como tínhamos uma rotina de treinos e jogos, acaba ficando um pouco difícil, mas, o que conforta é que estou em casa com minha família - esposa Juliana e filha Valentina -, que me alicerça e ajuda a cada dia manter o foco nos treinos durante esta quarentena.

AV- Essa foi a sua primeira temporada no Lens e o clube já retorna a elite do futebol francês. Quais as expectativas para a próxima temporada?

Vitor: Sim, Graças a Deus, com muito trabalho conseguimos o acesso a 1ª divisão do Campeonato Francês. Em relação a próxima temporada, após passar esse período da pandemia, o meu empresário estará em conversação com o clube.

AV- Vitor, obrigado pela entrevista. Para nós do Avante Valente, é uma grande honra esta oportunidade que nos concedeu. Forte abraço para você e família. Fique à vontade para fazer suas considerações finais.

Vitor: Eu quero agradecer esta oportunidade, ao Avante Valente pelo espaço e sobretudo a você Aleksim, de podermos fazer essa entrevista, falando um pouco da minha trajetória.

Quero aproveitar este momento e o grande alcance deste portal, para mandar um grande abraço a todos os Valentenses, meus familiares e principalmente para aqueles que torceram e torcem por mim.

E espero em Deus, que a minha trajetória de vida e sobretudo no futebol, inspirem muitos jovens que sonham em ser jogadores de futebol profissional. Que nunca desistam de seus sonhos e coloquem Deus à frente de tudo.

Obrigado a todos, grande abraço!

O Avante Valente deseja que o Valentense Vitor Costa - “Vitera” - continue brilhando, agora na primeira divisão do futebol da francês.