Um negro, baiano, 68 anos, ex-lateral-direito do União Atlético Clube, da Bahia, Ednaldo Rodrigues será eleito na próxima quarta-feira (23) o novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Ednaldo Rodrigues concedendo entrevista ao repórter Nilton Feliz (Equipe Feliz do Rádio / Rádio Sisal) |
Ednaldo registrou na última sexta-feira(18) sua candidatura ao cargo máximo do futebol brasileiro com apoio de 26 federações - ao todo são 27 - e 37 clubes - 17 da série A e 20 da série B. Pela primeira vez na história a eleição será feita com urnas eletrônicas cedidas pelo TRE/RJ.
Ednaldo Rodrigues foi presidente de Federação Bahiana de Futebol (FBF)
por 18 anos. Em 2019, deixou o cargo. Ele é visto por ser um cartola neutro ao
não ter relação próxima com os ex-presidentes da CBF, Rogério Caboclo ou Marco
Polo Del Nero.
Há dois anos, Rodrigues deixou o cargo de presidente da Federação
Baiana de Futebol, posição que ocupava desde 2001. Um ponto negativo em seu
histórico é a aliança com Ricardo Teixeira, ex-mandatário da entidade máxima do
futebol brasileiro, que renunciou em março de 2012 após escândalos de corrupção
durante os 23 anos de gestão.
No entanto, o trabalho que fez em prol do futebol feminino e na
reestruturação das categorias de base no Estado da Bahia conta a favor do
sétimo presidente da CBF em dez anos. A relação de Rodrigues com os clubes
baianos, no entanto, nem sempre foi das melhores. Embora tenha ganhado a
confiança de ligas do interior e de algumas equipes da região, a falta de
premiação ao campeão baiano durante boa parte de seu mandato prejudicou sua
imagem e causaram pedidos de saída.
Em duas oportunidades, ele esteve junto da seleção brasileira como
chefe da delegação. A primeira foi em 2013, em amistoso contra a Inglaterra, em
Londres. Quatro anos mais tarde, acompanhou a equipe nos amistosos contra Japão
e, novamente, Inglaterra. Como forma de agradecer suas contribuições ao futebol
baiano, a Assembleia Legislativa da Bahia homenageou Rodrigues em 2019 com a
Comenda Dois de Julho, maior condecoração do Legislativo destinada a
personalidades que prestaram serviços ao Estado.
Ednaldo Rodrigues entende que o retrospecto de presidentes da entidade é dos piores. Dos sete mandatários que estiveram no poder nos últimos dez anos, excluindo dois interinos, quatro se envolveram nos mais diversos desvios de conduta. Conspiração, recebimento de propina e assédio são algumas das infrações. "É lógico que todos também ficam pensando: 'será que vai acontecer (outro tipo de desvio de conduta)?' A gente tem de ser realista e provar o contrário, com atitudes, com trabalho, com profissionalismo e, acima de tudo, com lisura e ética, para que esse tipo de crime que aconteceu não volte a acontecer", afirmou.
Fonte: Diário do Poder